O Passo é um método de Educação Musical criado por Lucas Ciavatta, publicado em 2003 e, atualmente, utilizado no Brasil e no Exterior.
O Passo surge em resposta ao processo altamente seletivo do acesso à prática musical tanto nos espaços acadêmicos quanto nos espaços populares. Sua maior inspiração veio da riqueza do fazer musical popular brasileiro, principalmente no que diz respeito à relação corpo e música no processo de aquisição do suingue.
O Passo está baseado num andar específico e orientado por quatro eixos: corpo: pensando-o não como um simples ajudante da mente, mas principalmente como uma unidade autônoma de construção de conhecimento; representação: utilizando de forma equilibrada os recursos da imitação e das notações corporal, oral e gráfica; grupo: fortalecendo o indivíduo através de sua relação com o grupo e fortalecendo o grupo pela força individual de cada integrante; e cultura: encontrando referências para nossas realizações e entendendo como opera a dinâmica que faz dialogar as culturas.
O Passo introduziu no ensino-aprendizagem de ritmo e som novos conceitos, como posição e espaço musical, e novas ferramentas, como o andar que dá nome ao método, notações orais e corporais e a partitura de aproximação.
Por envolver um andar, onde sempre há um deslocamento do eixo do corpo, O Passo trabalha necessariamente o equilíbrio, que traz a noção de regularidade e possibilita o aprendizado da pulsação. A percepção dessa pulsação diretamente associada ao movimento corporal permite que algo essencialmente abstrato como o tempo possa ser "mapeado". Cada tempo ou divisão é percebido por todo o corpo. Qualquer imprecisão ao tocar ou cantar é facilmente sentida ou pelo aluno ou pelo professor e corrigida por ambos.
O Passo aborda, inicialmente, a questão rítmica, seguindo em direção à melódica. Simultaneamente à vivência dos movimentos musicais rítmicos, O Passo propõe também a vivência dos movimentos musicais melódicos, que se revelam, em grande parte, devido ao ritmo das melodias, mas que estão sugeridos nos conceitos de graus e de funções harmônicas. Estes conceitos, n'O Passo, são trabalhados e compreendidos através de realizações individuais (solfejo) e em grupo (cantigas em uníssono e com abertura de vozes; corais; e montagem de acordes em progressão).
O Passo não trabalha visando este ou aquele tipo de realização. Ele trabalha com a construção de uma base, algo que traz inúmeras possibilidades e abre uma porta, não apenas para os ritmos e os sons, mas para a rítmica como um todo e para uma real aproximação com o universo sonoro.